16 de agosto de 2012

iHate BATMAN


EU GOSTEI:

- Não é qualquer filme-pipoca lançado no verão americano que é capaz de lidar não com um, nem com dois, mas com três dos grandes eventos histórico/econômicos dos EUA nesse início de século: o 11/9, a crise econômica de 2008 e o movimento Occupy. O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE é antes de mais nada um filme político que exerce uma das funções fundamentais dos produtos culturais: representar e questionar os principais temas de nosso tempo.

- Ainda que sem uma atuação icônica como a de Heath Ledger em O CAVALEIRO DAS TREVAS, o terceiro filme da trilogia de Nolan é o que tem o elenco mais homogêneo e espetacular: Christian Bale tem seu melhor trabalho na série, Joseph Gordon-Levitt mostra porque é um dos atores mais versáteis da atualidade, Michael Caine detona em cinco minutos em cena e, mesmo as atrizes (tão subestimadas na filmografia de Nolan) brilham - especialmente Anne Hathaway.

- Poucos diretores conseguem mesclar um roteiro repleto de simbolismo a cenas de ação impressionantes como Christopher Nolan. A carga dramática da queda de Bruce Wayne e o seu martírio na prisão tem a mesma força da inacreditável sequência de abertura ou da cena no estádio de futebol. Além disso, a carga épica da narrativa transforma a própria cidade de Gotham em protagonista, onde o drama dos personagens está intimamente ligado à forma em que aquela sociedade se organiza.

EU NÃO GOSTEI:

- É impressionante como o filme parece ter como principal foco o caráter capitalista-conservador de Batman - afinal de contas, é um vigilante mascarado e bilionário que faz justiça com as próprias mãos, tentando vingar o assassinato dos pais. Portanto, nada mais reacionário do que impedir uma "revolta popular". Só que no caso do filme de Nolan, "revolta popular" é a mesma coisa que anarquia e destruição (que crime hediondo arrancar casacos de pele de senhoras!), já que o líder da "revolução" é um assassino.

- Para uma produção com tantas ideias, é uma pena que tudo se resuma no final ao tic-tac de uma bomba prestes a explodir, como nos mais rasteiros filmes de ação. Além disso, a tal abordagem realista de Nolan para a série foi para o espaço. Que prisão bizarra era aquela? Se Bruce Wayne podia se amarrar na corda, porque não subiu por ela?? E quando ele volta, o jato dele está estacionado no mesmo lugar???

- Os motivos dos personagens nunca são suficientemente claros para justificar suas ações, o que ressalta apenas o que há de mais formulaico no roteiro. Se Selina Kyle é uma das mais espertas ladras de Gotham (ela invade o cofre de Bruce Wayne!), porque ela se preocupa em conseguir uma máquina (alerta de MacGuffin!) para apagar seus registros? Se Talia Al Ghul odiava seu pai por tê-la separado de Bane, por que ela ainda quer levar a cabo o plano dele de destruir Gotham? E se o motivo da destruição de Gotham era a corrupção em que a cidade se encontrava, por que fazer isso quando o crime tinha sido erradicado pela lei Harvey Dent? São perguntas que o problemático roteiro, entre uma cena de explosão e outra, nem ousa tocar.

E vocês, o que acham de O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE?

iHate MADONNA TOP 10 VIDEOS

Para comemorar o aniversário da Rainha do Pop esse mês, aqui vai minha lista dos 10 melhores clipes da carreira dela.
10- Bad Girl (Dir.: David Fincher)
 
 
David Fincher foi o diretor que melhor captou o status de megastar de Madonna e usou isso como força criativa na realização de videoclipes. No caso, de "Bad Girl", temos uma historinha que muito bem poderia ter se tornado depois um longa-metragem bem ao estilo do cineasta de SEVEN. É um dos poucos clipes (único?) em que Madonna, mesmo que vivendo uma personagem, se dá mal devido à sua posição de poder (sexual, social e econômico). Se bem que terminar o clipe ao lado de Christopher Walken, no papel de Anjo da Morte, não é nada mal...
9- Express Yourself (Dir.: David Fincher)



O clipe de Express Yourself (considerado pela Slant o melhor de todos os tempos), traz Fincher no seu ápice criativo. Um dos clipes mais caros do seu tempo (1 milhão de dólares em 1990), Express Yourself é uma versão pós-feminista do METROPOLIS de Fritz Lang. Do alto da torre mais alta da cidade, rodeada de arranha-céus e pistões que são verdadeiros símbolos fálicos, Madonna canta sobre auto-afirmação da mulher enquanto vive aprisionada por um magnata e observa operários saradões trabalharem lá embaixo. Os movimentos de câmera, sempre de cima para baixo, são um toque de mestre. O clipe brinca com as fronteiras dos gêneros e do sexo como instrumento do poder, um dos temas mais caro da videografia de Madonna. 
 
8- Justify My Love (Dir.: Jean-Baptiste Mondino)


O magnum opus sadomasô de Madonna. Pegando emprestado elementos do cinema francês dos anos 60 e especialmente do filme The Night Porter, o diretor Jean-Baptiste Mondino coloca Madonna no meio de um delírio onde o sexo é menos prazer e mais poder. Figuras andróginas, elementos religiosos  e muito couro preto são cortesia da casa, assim como o modelo Tony Ward. Permanece como um dos clipes mais emblemáticos de Madonna, não só por ser banido na MTV mas também por ser o 'video single' mais vendido da história.