29 de abril de 2013

iHate MEGAFORCE



Uma das principais forças criativas em ascensão hoje no mundo do videoclipe, a trupe do Megaforceconsiste de quatro diretores/diretores de arte/designer gráficos (Charles Brisgand, Clément Gallet, Léo Berne e Raphaël Rodriguez) que aos poucos vem construindo uma das mais sólidas videografias do século XXI. Com pouco mais que dez clipes, o Megaforce já é um dos nomes mais requisitados para a direção de vídeos musicais, seja de bandas indie ou de mega-stars.

No clique abaixo, os clipes que mais gosto do Megaforce.


Mesmo com clipes bastante diferentes, pode-se notar que existem algumas características  autorais nos trabalhos do Megaforce: a manipulação lúdica da imagem através da repetição e quebra da expectativa (onde se nota clara influência do trabalho de Michel Gondry), um enorme apuro estético, uma certa preferência por clipes que tenham uma narrativa e o uso de efeitos especiais.

O Megaforce começou a chamar atenção no mundo do videoclipe com o bastante criativo "A Thing for Me", do Metronomy. No clipe, a estética do karaokê sai da televisão e invade o mundo real, com direito a bolinhas saltitantes e brincadeiras com a letra da música.



Em "Heartbeat", do Late of the Pier, os integrantes da banda passam por uma jornada em que as próprias regras do tempo e do espaço são subvertidas a partir de um sensacional trabalho de pós-produção - os quadros são montados em sucessão nada comum, e cada cena é uma surpresa.


Já em "Pursuit of Happiness", de Kid Cudi, vemos o cantor em meio a uma festa em que os convidados se movem em câmera lenta, o que dá um efeito lírico que combina com a ótima e um tanto melancólica letra. 


No clipe de "I Can Talk", do sempre ótimo Two Door Cinema Club, nota-se uma certa influência do trabalho de Michel Gondry, especialmente através da manipulação da perspectiva, repetições e excelente edição. O emaranhando de roupas no qual a banda está por si só já dá um clipe.


Em "Can't Stop Me Now", do Goose, temos uma verdadeira batalha para chegar ao auge de uma montanha onde os integrantes da banda tem de passar por um universo gótico de dar medo em Edgar Allan Poe. As mãos que saem das rochas são de dar pesadelo.


O Megaforce chegou ao mundo top dos videoclipes através de "Gimme All Your Luvin'", primeiro single do mais recente disco de Madonna. Misturando jogadores de futebol-americano, o universo mangá, Marilyn Monroe, e suas tradicionais sacadas visuais de manipulação de gravidade e ponto de vista, o resultado foi um dos mais divertidos clipes da Rainha do Pop.


No hilário "Bassline Junkie", de Dizzee Rascal, o cantor interpreta um evangelista cuja religião é o som do baixo - o que dá margem para as mais engraçadas situações, especialmente os "cultos" que ele realiza. 




Um dos mais recentes trabalhos do Megaforce é o clipe de "Sacrilege", do Yeah Yeah Yeahs, fortíssimo candidato ao melhor clipe de 2013. Na verdade, é um curta-metragem, narrado de trás pra frente, contando uma história de sexo, religião e morte. Em poucos minutos, o Megaforce consegue a potência dramática que vários diretores não conseguem em horas. Uma paulada.




Até agora, o único artista com que o Megaforce fez mais de um clipe foi trio inglês Is Tropical - e aliás, que trabalhos! O primeiro é o fenomenal "The Greeks", na minha opinião o melhor clipe dirigido por eles. A partir de efeitos de pós-produção que começam inocentes mas depois ficam cada vez mais violentos, uma simples brincadeira de criança vira uma verdadeira carnificina. Alguns canais de TV se recusaram a exibir o vídeo.


O mais recente trabalho do Megaforce, também para o Is Tropical, é o surreal "Dancing Anymore". Um jovem é contratado para limpar a piscina de uma mansão, mas antes disso resolver ter uma sessão de masturbação que mistura delírios machistas com ima
gens de videogame. Inicialmente chocante, mas depois se torna genial. O clipe, com imagens explícitas, foi banido do YouTube.


IS TROPICAL - "Dancing Anymore" / NEW SINGLE! from Maison Kitsuné on Vimeo.

Qualquer artista que contrata o Megaforce para dirigir seu clipe já merece o meu respeito. E como eles estão apenas começando, quero muito ver que outras loucuras geniais eles ainda têm guardadas.

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