Assim como acumulamos roupas que não usamos, boletos vencidos, sapatos que não nos servem mais, acumulamos também, sentimentos ruins, sem nem mesmo perceber. Vamos pela vida, enfrentando os obstáculos, tentando ajudar os outros, resolvendo problemas, vivendo alegrias e tristezas.
Uma mágoa pode brotar da insensibilidade de pessoas à nossa volta, de gente que amamos que nos abandonam, de batalhar com todas as forças para conseguir algo e não obter sucesso. Inúmeras são as razões para que fiquemos chateados.
Guardar para si pequenas mágoas, engolir sapos demais, não expressar o que se sente, pode transformar o que era pequeno em um razoável monstro interno. Esse monstrinho, vai devorando todo nosso brilho nos olhos, o viço na pele, o calor no coração.
Por outro lado, nada preenche o vazio. Nada é suficientemente bom para agradar uma pessoa amarga. E aos poucos, todo mundo vai se afastando. Ninguem gosta de ficar perto de uma pessoa assim, ela expele a todos, às vezes sutilmente, às vezes não. O sofrimento aumenta, mas ela não é capaz de pedir ajuda. Já se sente fragilizada demais para isso.
O mais difícil talvez seja, descobrir a razão do sofrimento. Pode ser por situações do passado, ou por coisas mais recentes. O melhor é conversar, desabafar, expor as entranhas, pedir para Deus mostrar a raíz do mal e vasculhar o porque, seja com a ajuda de amigos, namorado, família ou o terapeuta.
Só depois de detectado o motivo, dá para iniciar o tratamento da ferida. O caminho pode ser extremamente doloroso, mas o resultado é comparado à nascer de novo. E o mundo todo sorri de volta.
São muitas as maneiras que se pode enfrentar o mundo, algumas, são benéficas, como a conversa, outras, só pioram a situação. O retraimento é um veneno. Ele da vida ao monstro que rouba a nossa vitalidade. Quando nos damos conta disso, acreditamos que é tarde, mas só não há jeito para a morte. (Re)começar nunca é tarde e muito menos blasé.
ResponderExcluir