Vejamos então minha escolha das melhroes músicas de 2011.
10- Hello - Martin Solveig feat. Dragonette
Eu sempre tive certo preconceito com a combinação "DJ badalado + voz feminina genérica", mas existe algo em "Hello" que foge do estigma do tunti-tunti de Bob Sinclair e afins. Martin Solveig tem uma batida característica (o novo single de Madonna não deixa mentir) que aproxima o DJ francês muito mais de um eletro-pop do que da house music. E o refrão, talvez o mais fácil e grudento do ano, dá um ar simpático que torna essa música irresistível. Ter um dos clipes mais divertidos do ano também ajuda.
9- Hurts Like Heaven - Coldplay
Novamente produzidos por Brian Eno, o Coldplay faz de Mylo Xyloto o mais "U2" de seus álbuns. Mesmo que o resultado seja irregular, algumas músicas são a junção perfeita do estilo "hino de estádio" que a banda vem procurando em seus últimos discos com uma guitarrinha clonada do The Edge. O melhor exemplo disso é "Hurts Like Heaven": boa pra dançar, boa pra cantar e boa pra viajar.
8- Open Arms - Elbow
Banda especializada em canções grandiosas com direito a coro e tudo, o Elbow faz de "Open Arms" o destaque do ótimo álbum Build a Rocket Boys. Impossível não se emocionar com tantos violinos e com tamanha sensibilidade na interpretação do vocalista Guy Garvey. Não é à toa que a banda foi escolhida para compor a canção tema das Olimpíadas de 2012.
7- Video Games - Lana Del Rey
6- Lonely Boy - The Black Keys
Talvez esse seja o momento em que os The Black Keys estejam finalmente deixando de ser indies para serem abraçados pelo mainstream. Só que os fãs não precisam se preocupar: se o resultado for canções tão energéticas e inspiradas como "Lonely Boy", o céu é o limite para essa dupla que anda merecendo o sucesso faz tempo.
5- Suck it and see - Arctic Monkeys
Meio Beatles, meio Beach Boys e totalmente Arctic Monkeys. Faixa-título do quarto e excelente disco dos rapazes de Sheffield, "Suck it and see" é mais uma letra inspirada de Alex Turner, dessa vez mais melancólico do que de costume.
4- Helena Beat - Foster the People
O meu mais novo vício. Provalmente Torches tenha sido o disco que mais ouvi em 2011, com toda música sendo um single em potencial. Entre a explosão para o sucesso com "Pumped Up Kicks" e o maravilhoso clipe de "Call it What you Want", a banda alçou "Helena Beat" ao topo das paradas com o pop/rock mais divertido e honesto do ano. A variação vocal de Mark Foster surpreende sempre.
3- Lift Off - Jay-Z & Kanye West feat. Beyonce
Outro preconceito musical que sempre tive (canção de rap onde o refrão é cantado por uma mulher) foi demolido com a perfeição que é "Lift Off", tirada do superlativo álbum Watch the Throne. As batidas de hip-hop misturadas a sons de foguete e um ar de filme de ficção científica foram suficientes para me deixar apaixonado. Beyonce dá um brilho todo especial à letra sobre superação, e os versos cantados por Kanye West e Jay-Z tem menos de "duelo de MCs" e mais de "dueto em sintonia". O final com o pianinho estilo Al Green anos 70 é dez.
2- Blue Cassette - Friendly Fires
Se o Daft Punk tivesse um filho com a Timbalada e ele fosse adotado pelo New Order, o resultado seria essa música.
1- Rolling in the Deep - Adele
Algo de muito especial está acontecendo quando você escuta a mesma música na festa mais chique da Vieira Souto e no ônibus mais imundo em frente à favela da Rocinha. Lançada no final de 2010 como single, "Rolling in the Deep" teve um crescendo surpreendente durante o ano de 2011 à medida que passou a ser ouvida em todo lugar. Contudo, diferentemente de canções que passam a irritar quando caem no mainstream, "Rolling in the Deep" sempre cativa a partir do primeiro acorde.
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