31 de janeiro de 2012

iHate Film Festival Rotterdam


Quando você pensa em festival de cinema, aposto que logo vem à sua cabeça o glamour de Cannes, Veneza e Berlim. Embora menor do que estes que você já conhece, Roterdã abriga um dos maiores festivais da Europa, e ainda reserva surpresas e peculiaridades animadoras para os iniciantes na sétima arte: o grande número de cineastas estreantes em competição.
Esta é a marca do International Film Festival Rotterdam e uma das maneiras pela qual o festival se diferencia dos demais, pois está sempre em busca de novos talentos. Este ano, dos 15 filmes que estão na mostra competitiva, 13 são de profissionais que fazem sua estreia em longas metragens. Os outros dois também possuem carreiras curtas, já que se trata apenas do segundo filme que dirigiram. O que importa aqui não é fama, mas, sim, saber contar um boa história.
 
Como todo festival internacional que se preze, os nomes vêm dos mais variados lugares do mundo: Sérvia, Chile, Grécia, Rússia, entre outros. A Ásia, entretanto, traz este ano seis filmes para a disputa. Além de China e Japão, países com tradição na cinematografia, a curadoria do festival selecionou obras de lugares que não se vê normalmente, nem em eventos deste tipo. Este é o exemplo de RETURN TO BURMA, do Midi Z, proveniente do país-título. É também do continente asiático, o primeiro filme em 3D a brigar pelo Tiger Awards, o longa A FISH, do diretor sul coreano Park Hong-Min. E, acreditem, ele ainda está estudando cinema em Seul! 
 
Um dos destaques do cinema europeu fica por conta do islandês BLACK'S GAME, que foca no aumento da violência e das drogas no país nos anos 90. Em seu primeiro filme, Óskar Thór Axelsson se inspirou na estética do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn, que, embora novo, já está fazendo escola. Refn, por sua vez, ficou mais conhecido do grande público no ano passado por ganhar a Palma de Ouro de direção em Cannes pelo cult DRIVE, previsto para entrar em cartaz em fevereiro nos cinemas brasileiros.

As notícias são bastante positivas para o Brasil. O cinema nacional conseguiu emplacar dois filmes na competição oficial: O SOM AO REDOR, de Kleber Mendonça Filho, que discute o medo, a paranóia e a violência no Recife; e SUDOESTE, de Eduardo Nunes, que traz uma parábola sobre a vida - passada em um só dia – de uma mulher numa vila isolada do litoral brasileiro. Filmado em preto e branco, SUDOESTE foi aclamado no último Festival do Rio, onde ganhou o prêmio de melhor fotografia.

Nas mostras paralelas ainda há mais filmes brasileiros. Além de uma homenagem ao cinema marginal de São Paulo dos anos 60 a 80, conhecida como “Boca do Lixo, o festival ainda conta com estreias de outros diretores como HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBREADAS, de Julia Murat; GIRIMUNHO, de Helvécio Martins Jr e Clarissa Campolina; e RÂNIA, de Roberta Marques.

Filmes em competição
- Black's game - Óskar Thór Axelsson (Islândia)
- A fish - Park Hong-Min – (Coréia do Sul)
- De jueves a domingo - Dominga Sotomayor (Chile/Holanda)
- O som ao redor - Kleber Mendonça Filho (Brasil)
- Sudoeste – Eduardo Nunes (Brasil)
- Clip - Maja Miloš (Sérvia)
- In April the following year, there was a fire - Wichanon Somumjarn (Tailândia)
- L - Babis Makridis (Grécia)
- Return to Burma – Midi Z (Taiwan/Burma)
- Tokyo Playboy Club – Okuda Yosuke (Japão)
- Egg and stone – Huang Ji (China)
- It looks pretty from a distance - Wilhelm and Anka Sasnal (Polônia)
- Living - Vasily Sigarev (Rússia)
- Romance Joe – Lee Kwang-Kuk (Coreia do Sul)
- Voice of my father – Orhan Eskiköy e Zeynel Dogan (Turquia/Alemanha)

41st International Film Festival Rotterdam
26 de Janeiro-2 de Fevereiro 2012
www.filmfestivalrotterdam.com
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário